Sou um assassino em série,
Não te quero perder, mas levo-te para a multidão e corro.
Por mais que eu tente eu não te esqueço,
e isso só te devora em mim.
Sou péssimo a guardar lembranças e ótimo em inventar desilusões.
Invento milhares de vidas e nenhuma me serve.
Nem a palma da minha mão eu conheço,
muito menos o que ela deseja tocar.
Sigo tateando e tropeçando sem nunca cair,
sem nunca machucar-me
e também sem nunca realmente prosseguir.
Paro para olhar, na esperança de estar em outro planeta,
mas a gravidade é voraz.
Queria apodrecer, mas nem isso,
pois o barro que sou feito condena-me.
Meus olhos foram-me tirados no check-in,
Meu coração extraviou-se e meu destino nunca chegou a embarcar.
Espalhei-me e não me consigo juntar,
e confundo todas as partes com os mesmos erros.
Engano-me no perfeito pois de imperfeito já me basto.
O mesmo imperfeito que me esvazia e me falta.
Meu grito é mental, mas é uníssono a todo o som que escuto.
Existem milhares como eu,
mas nenhuma parte se encaixa e nem se deixa encaixar.
As tempestades só acontecem na tv,
e fazem-me sonhar.
Um dia eu ainda serei notícia.
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