quinta-feira, julho 24, 2008

Arrastão

Meu amor, as coisas que lembramos quando bate a insónia

Apareces sempre sem avisar

Ontem quem não avisou fui eu

Cheguei e como sempre estavas lá

Na casa da memória és dono, eu sou visita

Gostei de ver-te, inclusive de saber que estás bem e feliz

Desculpa por atrapalhar a tua vida,

Em obrigar-te a te lembrares de mim nas minhas  próprias lembranças

E justamente do modo como eu lembro de nós.

Não é perseguição, embora pareça

Mas o amor não evapora

O amor não é singular como dizem.

Não é traição, embora pareça

Mas a paixão foge, e há dias que visita-nos sem avisar

Ela é pior que arrastão, tenho de confessar

Ela ainda está cá, e tu também.

Não sei quem vai embora primeiro,

Mas sei quem virá para me reanimar.