Meu amor, as coisas que lembramos quando bate a insónia
Apareces sempre sem avisar
Ontem quem não avisou fui eu
Cheguei e como sempre estavas lá
Na casa da memória és dono, eu sou visita
Gostei de ver-te, inclusive de saber que estás bem e feliz
Desculpa por atrapalhar a tua vida,
Em obrigar-te a te lembrares de mim nas minhas próprias lembranças
E justamente do modo como eu lembro de nós.
Não é perseguição, embora pareça
Mas o amor não evapora
O amor não é singular como dizem.
Não é traição, embora pareça
Mas a paixão foge, e há dias que visita-nos sem avisar
Ela é pior que arrastão, tenho de confessar
Ela ainda está cá, e tu também.
Não sei quem vai embora primeiro,
Mas sei quem virá para me reanimar.
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