Vieste de boa vontade e eu não tinha nada para mostrar
Eu chamei e vieste
e eu me travesti de mim mesmo
Vesti todas as roupas de meu armário, velhas e puídas
Sorri como eu lembrava que eu sorria
Fingi que faiscava ao falar do meu passado,
mas já o vivi demais, já o gastei demais.
Não havia nada em mim,
nem vontade nem paralisia,
nem temor nem charme
nem conquista nem fuga.
Mesmo assim quiseste a verdade,
minhas aflições já gastas e indecisas,
meus suspiros constantes,
minha sujeira acumulada.
E eu dei-te tudo que pediste,
assim como vieste,
eu disse.
E assim foste embora,
e eu fiquei.
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