Hoje sou meu parque de diversões
Com suas montanhas russas
seus trens fantasmas
e suas maçãs do amor.
Sinceramente não simpatizo com essa complexidade
porque e somente porque não me consigo desvendar.
Eu nunca quisera ser um mistério tão grande
uma caixa de pandora tão infinita.
Mas minha própria aurora me impede de ser previsível
ou visível à sensibilidade alheia.
Não morreria de amores por um eu mais simples.
Muito sinceramente, acharia-me muito aborrecido.
Mas tanto labirinto muitas vezes me deixa exausto.
E já cansei demais de não encontrar nem sinal da maldita saída.
terça-feira, março 03, 2009
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
Mentira no Amor ou Três Marias
Aquela que inventa o amor
Que encontra o amor em cada palavra que ele lhe dirige
em cada gesto insignificante, em cada frase divertida
em cada mensagem copiada.
Mesmo as brigas, são brigas de amor.
Mesmo nos beijos repetidos, na cama reutilizada, nas noites ausentes
Ela inventa-lhe o amor.
Aquele que engana o amor
Esquivando-se o mais que pode
Ensaiando promessas vagas e frases sem muito efeito
Olhares e tons já insuportáveis, abraços e beijos repetidos.
Ele dispersa o amor o quanto pode, tenta impedi-lo de acontecer.
Na cama pouco usada, nas noites demasiado presentes
ele tenta enganar o amor.
Aquela que esforça-se em amar
ou algo parecido
Porque no amor não acredita
não pretende ser a única carta fora do baralho.
Ela evita promessas e futuros muito previsíveis
evita repartir o seu mundo, evita assumir o outro como parte do seu imenso mundo.
Com seus beijos ensaiados e seu sussurro por independência
Ela esforça-se que sua cama se pareça com a de alguém que acolhe,
em noites pouco claras, em noites às claras, em noites cada vez mais solitárias,
ela tenta que ele acredite que ela consegue amar.
Aquela que inventa o amor, aquele que o engana e a outra que nem sequer acredita.
Mas o amor ainda insiste, ainda resiste. Pelo menos enquanto as três Marias o invocarem.
Que encontra o amor em cada palavra que ele lhe dirige
em cada gesto insignificante, em cada frase divertida
em cada mensagem copiada.
Mesmo as brigas, são brigas de amor.
Mesmo nos beijos repetidos, na cama reutilizada, nas noites ausentes
Ela inventa-lhe o amor.
Aquele que engana o amor
Esquivando-se o mais que pode
Ensaiando promessas vagas e frases sem muito efeito
Olhares e tons já insuportáveis, abraços e beijos repetidos.
Ele dispersa o amor o quanto pode, tenta impedi-lo de acontecer.
Na cama pouco usada, nas noites demasiado presentes
ele tenta enganar o amor.
Aquela que esforça-se em amar
ou algo parecido
Porque no amor não acredita
não pretende ser a única carta fora do baralho.
Ela evita promessas e futuros muito previsíveis
evita repartir o seu mundo, evita assumir o outro como parte do seu imenso mundo.
Com seus beijos ensaiados e seu sussurro por independência
Ela esforça-se que sua cama se pareça com a de alguém que acolhe,
em noites pouco claras, em noites às claras, em noites cada vez mais solitárias,
ela tenta que ele acredite que ela consegue amar.
Aquela que inventa o amor, aquele que o engana e a outra que nem sequer acredita.
Mas o amor ainda insiste, ainda resiste. Pelo menos enquanto as três Marias o invocarem.
Restos
As feridas foram todas lavadas, levadas
roubadas enquanto eu dormia.
A angústia abandonou-me sem dizer adeus.
Assim fez a impaciência, que não me suportou mais.
Depois, como já eram poucos, foram-se também embora
a insatisfação, a angústia e o pouco do meu desespero.
Quando me encontrei livre e leve, tentei desesperar e não cosegui
Tentei me angustiar por não ter nada com o que me preocupar, mas falhei
Tentei sabotar-me de todas as formas, mas faltavam-me as armas
Quando me encontrei livre e leve, já não sabia mais como funcionar.
Sem bagagem, pronto a recomeçar, sem saber para onde ir
E nem um pouco preocupado com isso.
roubadas enquanto eu dormia.
A angústia abandonou-me sem dizer adeus.
Assim fez a impaciência, que não me suportou mais.
Depois, como já eram poucos, foram-se também embora
a insatisfação, a angústia e o pouco do meu desespero.
Quando me encontrei livre e leve, tentei desesperar e não cosegui
Tentei me angustiar por não ter nada com o que me preocupar, mas falhei
Tentei sabotar-me de todas as formas, mas faltavam-me as armas
Quando me encontrei livre e leve, já não sabia mais como funcionar.
Sem bagagem, pronto a recomeçar, sem saber para onde ir
E nem um pouco preocupado com isso.
O Eco
Gelado
Calado
Imobilizado
Destroçado
Espantado
Horrorizado
Destruído
Agitado
Desnorteado
Inconsolado
Desmoralizado
Perdido
Devassado
Atordoado
Abandonado
Perdido
Apaixonado!
Calado
Imobilizado
Destroçado
Espantado
Horrorizado
Destruído
Agitado
Desnorteado
Inconsolado
Desmoralizado
Perdido
Devassado
Atordoado
Abandonado
Perdido
Apaixonado!
segunda-feira, novembro 17, 2008
Nosso Estranho Amor
Efémero o primeiro contacto
Paixão no primeiro encontro
Fugaz o amor sentido
Mas com espessa intensidade
"Nunca te conheci, sempre te amei"
Sendo o sempre o pouco que estivemos
Mas o que amei foi o que vi, o que senti, o que experimentei
foi amor só com presente, só com o agora
Não há amor futuro
Não há amor programado
Mas há amor surpresa, amor presente.
Paixão no primeiro encontro
Fugaz o amor sentido
Mas com espessa intensidade
"Nunca te conheci, sempre te amei"
Sendo o sempre o pouco que estivemos
Mas o que amei foi o que vi, o que senti, o que experimentei
foi amor só com presente, só com o agora
Não há amor futuro
Não há amor programado
Mas há amor surpresa, amor presente.
domingo, novembro 16, 2008
A Ironia do Amor

Pode-se rejeitar o amar?
Quantos sentimentos um homem pode ter que seja capaz de controlar e domar? Capaz de ser senhor deste sentimento? Penso que muitos. Mas existem dois sentimentos, e somente dois, que ultrapassam o homem, e o controlam. Controlam suas acções, seu raciocínio, sua índole, seu auto-respeito. Os dois sentimentos são opostos e no entanto a sua distância os aproxima, e a sua oposição faz com que um seja o reflexo invertido do outro. Exactamente iguais, mas inversos.
Mas na luta pelo controle do homem, só um deles sai campeão. Só um deles consegue destruir o seu dono sem misericórdia alguma, e é capaz de fazer um ser humano esquecer sua própria existência, a própria consciência de sua existência.
Por isso escrevi essa pequena prosa, em homenagem a este grande sentimento dominador.
Quantos sentimentos um homem pode ter que seja capaz de controlar e domar? Capaz de ser senhor deste sentimento? Penso que muitos. Mas existem dois sentimentos, e somente dois, que ultrapassam o homem, e o controlam. Controlam suas acções, seu raciocínio, sua índole, seu auto-respeito. Os dois sentimentos são opostos e no entanto a sua distância os aproxima, e a sua oposição faz com que um seja o reflexo invertido do outro. Exactamente iguais, mas inversos.
Mas na luta pelo controle do homem, só um deles sai campeão. Só um deles consegue destruir o seu dono sem misericórdia alguma, e é capaz de fazer um ser humano esquecer sua própria existência, a própria consciência de sua existência.
Por isso escrevi essa pequena prosa, em homenagem a este grande sentimento dominador.
Diz-me quando posso sair,
quando poderei me alimentar
quando poderei olhar para os lados,
jogar para longe a trela que me puseste.
Diz-me quando me darás licença para cantar,
e para deixar o sol secar as lágrimas em meu rosto.
Quando poderei chorar por outra razão que não a que me sugas?
Deixar de esperar a tua esmola para apaziguar meu desespero?
Quando deixarei de desesperar perante a minha imagem solitária no espelho?
E quantas coisas eu deixarei de ser, somente para poder continuar a ser aquilo que eu não consigo mais ser?
Deixa-me caminhar com minhas próprias pernas e perder-me quando eu bem entender
Ter a liberdade de ser dono do meu destino, poder escolher minhas próprias prisões.
Esqueça-me e deixa-me voltar a ser o meu potencial
voltar a ser o meu inteiro, o centro do meu próprio universo.
Não posso te remover
Mas posso te odiar
e assim te reverter.
quando poderei me alimentar
quando poderei olhar para os lados,
jogar para longe a trela que me puseste.
Diz-me quando me darás licença para cantar,
e para deixar o sol secar as lágrimas em meu rosto.
Quando poderei chorar por outra razão que não a que me sugas?
Deixar de esperar a tua esmola para apaziguar meu desespero?
Quando deixarei de desesperar perante a minha imagem solitária no espelho?
E quantas coisas eu deixarei de ser, somente para poder continuar a ser aquilo que eu não consigo mais ser?
Deixa-me caminhar com minhas próprias pernas e perder-me quando eu bem entender
Ter a liberdade de ser dono do meu destino, poder escolher minhas próprias prisões.
Esqueça-me e deixa-me voltar a ser o meu potencial
voltar a ser o meu inteiro, o centro do meu próprio universo.
Não posso te remover
Mas posso te odiar
e assim te reverter.
quarta-feira, setembro 24, 2008
de onde vem a força?
Há momentos que tudo se move ao mesmo tempo
tudo cai, tudo derrama, tudo muda de lugar
e não estamos atentos, quanto mais preparados
para o movimento da crosta terrestre.
Não há como salvar o mundo
nem com a minha ajuda,
nem com a sua.
Os pratos quebram, o leite derrama
as paredes somem
o coração espreme-se em lágrimas.
E nós ficamos ali, inertes, por pura incapacidade,
a carregar a dor a tiracolo.
Fechamos os olhos na espera que o monstro desapareça
mas não resulta
Adormecemos na esperança de um novo dia
mas o dia amanhece no mesmo indesejado gris
Tentamos até jogar tudo para o alto,
mas a gravidade e sua força nunca nos salvam nestes casos.
Repito, nunca.
Mas eu estou firme mesmo sem paredes
E embora afogado, ainda respiro. E muito.
Pois sobrevivemos apesar de correnteza contrária
apesar da força excessiva que fizemos para remar,
sobrevivemos sempre.
E há uma força estranha em somente sobreviver
por mais desfigurados que tenhamos ficado.
Queiramos ou não, o sol aparecerá em brilho novo
e voltaremos a enxergar com mais verdade.
Mas não nos enganemos com o mundo de amanhã.
Mesmo em tudo que nos é inédito há a memória daquilo que outrora amamos
E é daí que vem a força
Sem qualquer motivo aparente
há uma força que sempre vem.
Uma força em você que faz tudo mudar
que sempre tentará colocar tudo de volta no lugar, mesmo sem encaixar.
Mesmo quando não houver mais paredes, nem chão ou céu
Incompreensivelmente é a tristeza que nos fará felizes
Pois ela será o testemunho da felicidade que vivemos juntos.
(para "you know who you are")
tudo cai, tudo derrama, tudo muda de lugar
e não estamos atentos, quanto mais preparados
para o movimento da crosta terrestre.
Não há como salvar o mundo
nem com a minha ajuda,
nem com a sua.
Os pratos quebram, o leite derrama
as paredes somem
o coração espreme-se em lágrimas.
E nós ficamos ali, inertes, por pura incapacidade,
a carregar a dor a tiracolo.
Fechamos os olhos na espera que o monstro desapareça
mas não resulta
Adormecemos na esperança de um novo dia
mas o dia amanhece no mesmo indesejado gris
Tentamos até jogar tudo para o alto,
mas a gravidade e sua força nunca nos salvam nestes casos.
Repito, nunca.
Mas eu estou firme mesmo sem paredes
E embora afogado, ainda respiro. E muito.
Pois sobrevivemos apesar de correnteza contrária
apesar da força excessiva que fizemos para remar,
sobrevivemos sempre.
E há uma força estranha em somente sobreviver
por mais desfigurados que tenhamos ficado.
Queiramos ou não, o sol aparecerá em brilho novo
e voltaremos a enxergar com mais verdade.
Mas não nos enganemos com o mundo de amanhã.
Mesmo em tudo que nos é inédito há a memória daquilo que outrora amamos
E é daí que vem a força
Sem qualquer motivo aparente
há uma força que sempre vem.
Uma força em você que faz tudo mudar
que sempre tentará colocar tudo de volta no lugar, mesmo sem encaixar.
Mesmo quando não houver mais paredes, nem chão ou céu
Incompreensivelmente é a tristeza que nos fará felizes
Pois ela será o testemunho da felicidade que vivemos juntos.
(para "you know who you are")
quarta-feira, setembro 17, 2008
A Costela de Adão
Moldei-te no meu imaginário
e encaixei o molde em meu coração
Não precisas de chave, senha ou consentimento
Quando eu te ver, saberás o quanto sou tua
Há outros que tentam explicar como isso acontece
eu nego qualquer explicação
Serei tua amante necessária
no momento que fixares os olhos em mim.
Se de alguma costela fui formada,
saberei naquele exacto momento que foi a tua
e teu corpo exigirá de volta o que a inocência dispensou.
Se queres a costela, meu senhor sempre amado,
terás de aceitar meu coração
e meu olhar e minha gargalhada
E pedirás por mais, pois eu sei
que o que tenho para dar-te não é suficiente
Oxalá nunca será
Pois o que tenho é incomensurável
insaciável e infinito
Mas venhas logo
Apareças logo
Senta-te logo
Pois há um fogo em mim que me consome
desde que comecei a te amar.
e encaixei o molde em meu coração
Não precisas de chave, senha ou consentimento
Quando eu te ver, saberás o quanto sou tua
Há outros que tentam explicar como isso acontece
eu nego qualquer explicação
Serei tua amante necessária
no momento que fixares os olhos em mim.
Se de alguma costela fui formada,
saberei naquele exacto momento que foi a tua
e teu corpo exigirá de volta o que a inocência dispensou.
Se queres a costela, meu senhor sempre amado,
terás de aceitar meu coração
e meu olhar e minha gargalhada
E pedirás por mais, pois eu sei
que o que tenho para dar-te não é suficiente
Oxalá nunca será
Pois o que tenho é incomensurável
insaciável e infinito
Mas venhas logo
Apareças logo
Senta-te logo
Pois há um fogo em mim que me consome
desde que comecei a te amar.
Poema de Amor
Odeio-te!
Mais do que odiar-te
odeio o lado da minha cama que não dormes
a assombrar-me sempre que acordo
odeio o travesseiro sem teu cheiro
e a desnecessária mania de aconchegá-lo
Odeio a toalha que não te secas e os teus chinelos dentro do armário
a espera que algum dia voltes a usá-los
Odeio o teu lugar vazio no cinema e a tua falta de comentários
e o teu número de telefone que não uso quando quero,
Odeio ter de encontrar motivos para usá-lo
Odeio motivos para falar contigo
quando antes eras todo o motivo que eu tinha
Odeio ouvir músicas que ouvi contigo
sem saber o que fazer com o que sinto ao ouvi-las
Odeio a porta da minha casa que não se abre
nem antes e nem depois de eu chegar
Odeio que as pessoas ainda vejam-te em mim
Odeio que as pessoas não te vejam em mim
Odeio sufocar-me todos os dias com a tua ausência
Odeio tua ausência ser completa
Odeio-me a amar-te completa e ausentemente.
Mais do que odiar-te
odeio o lado da minha cama que não dormes
a assombrar-me sempre que acordo
odeio o travesseiro sem teu cheiro
e a desnecessária mania de aconchegá-lo
Odeio a toalha que não te secas e os teus chinelos dentro do armário
a espera que algum dia voltes a usá-los
Odeio o teu lugar vazio no cinema e a tua falta de comentários
e o teu número de telefone que não uso quando quero,
Odeio ter de encontrar motivos para usá-lo
Odeio motivos para falar contigo
quando antes eras todo o motivo que eu tinha
Odeio ouvir músicas que ouvi contigo
sem saber o que fazer com o que sinto ao ouvi-las
Odeio a porta da minha casa que não se abre
nem antes e nem depois de eu chegar
Odeio que as pessoas ainda vejam-te em mim
Odeio que as pessoas não te vejam em mim
Odeio sufocar-me todos os dias com a tua ausência
Odeio tua ausência ser completa
Odeio-me a amar-te completa e ausentemente.
segunda-feira, setembro 15, 2008
Amores Felinos
Ás vezes, podes não perceber,
Mas tenho muito medo de mim.
Adoro-me como sou,
mas há contornos meus que nem eu gosto, intrínsecos
e sei que os vês.
Tenho medo de me domesticar,
mas às vezes isso é preciso
pelo bem do amor amigo.
Queria saber ser diferente.
Até sei, repetidamente.
Por outro lado,
adoro-te inconstante,
embora eu erre no vocabulário
e talvez no tom,
é mais curiosidade que crítica.
Como o gato que arranha para descobrir,
mas às vezes machuca.
Mas tenho muito medo de mim.
Adoro-me como sou,
mas há contornos meus que nem eu gosto, intrínsecos
e sei que os vês.
Tenho medo de me domesticar,
mas às vezes isso é preciso
pelo bem do amor amigo.
Queria saber ser diferente.
Até sei, repetidamente.
Por outro lado,
adoro-te inconstante,
embora eu erre no vocabulário
e talvez no tom,
é mais curiosidade que crítica.
Como o gato que arranha para descobrir,
mas às vezes machuca.
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