Estou com muito sono. Muito. E essa é uma péssima frase para começar o meu pseudo-blog. Digo pseudo porque para mim ele ainda não existe. Ainda questiono a natureza e a utilidade de um blog. Mas nem tudo tem de ser útil, certo? Mas que tudo tem uma natureza, isso tem. Então ainda resta-me esta dúvida. O blog é um diário. Antigamente os diários eram pessoais, fechados a sete chaves. Um segredo. E no entanto eram, para quem o escrevia, um organizador pessoal de idéias. Mas e o blog? É um diário público, escancarado, um delator de idéias, que na sua ânsia desesperada de dizer sobre o que se pensa pessoalmente sobre tudo, acaba por tornar-se um isolado ato de um gigantesmo egocentrismo. "Eis aqui as minhas idéias, meus pensamentos. Comentem ou não." Alguém lê um blog além daqueles que pedimos para os ler? Alguém além de nossos amigos e familiares? Alguém consegue substituir a pseudo-intimidade do blog por uma tarde de conversa entre estranhos? Acho que não.
Assim não concluo nada, e ainda olho com minha cara torta para o meu próprio blog. Se calhar preferia que fosse um livro de visitas, onde as pessoas colocariam seus pensamentos, suas idéias, seus devaneios. Mas daí seria um fórum, não?
Ah, que saudade do tempo em que eu sentia falta da existência da internet. Era bem mais feliz e não sabia.
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