terça-feira, novembro 13, 2007
Historieta
quarta-feira, julho 18, 2007
Ser brasileiro é...
quinta-feira, junho 28, 2007
Big Bang
Não consigo lembrar-me do que vi primeiro. Tu ou o meu amor por ti.
Sinto como se tivesse sido uma coisa só. Tu eras o meu próprio amor.
Vi-te e me vi ao mesmo tempo. Cumprimentei-te e gaguejei.
Acho que teu perfume invadiu-me de imediato. Desde então nunca mais respirei sossegado.
O vírus do amor crônico, daqueles que nunca nos abandonam, tornou-me escravo e me libertou daquilo que alguém definiu como vida, mas na verdade era nada, até aquele preciso momento.
De repente toda a forma de arte me espelhava.
Compreendi o significado do mundo e suas forças.
Foste o meu despertar e meu eterno sonho.
A minha evolução como pessoa começara naquele instante.
Nunca viria a ter-te.
Mas também nunca viria a perder-te.
Nem mesmo a mim.
domingo, junho 10, 2007
Saudades Nº1
onde, dentro de uma linda caixa de cristal penetrável e transparente,
guardo o coração que já foi teu.
Lúcido, vibrante, enérgico,
ele bate infinitamente com amor e viscosidade.
Sinto saudades do que éramos quando estávamos juntos,
mas não sinto de ti como és agora.
O ontem já foi perdido e é no hoje que te tenho.
Foste o elo mais forte que alguma vez conheci,
terminou porque tinha que terminar,
já desenterrei tudo que podia para poder ir beber desse amor quando necessitar.
sábado, junho 09, 2007
O mais profundo espelho
Nenhum que me sirva por completo,
mas cada um, um ser a parte.
O maior conflito é não poder ser todos
e sentir a dor de sufocar alguns de mim.
Porque estes precisam ser inteiros, espaçosos, completos,
e estes não podem ser eu.
Eu quero ser os que compartilham, os que dão a vez ao outro,
o que cansa e passa a vez, de vez em quando.
Quero ser aqueles que são múltiplos e convexos,
aqueles que confundem qualquer tipo de identificação.
Os definidos e egoístas, embora fortes, devem ser removidos de mim,
pois seriam o meu fim.
É essa a minha luta.
segunda-feira, junho 04, 2007
faith additional lyrics
Introdução
quarta-feira, maio 23, 2007
O Invento
mas nunca impossível.
Durante toda a minha vida fui em busca dos ingredientes os mais pitorescos,
dos mais inexistentes aos mais inatingíveis.
Nunca desanimei, nem quando derramava tudo ao chão
e tinha de recomeçar do zero.
Eras o mais perfeito,
eras a invenção da minha esperança de te inventar.
Mas isso foi há muito tempo atrás,
muito antes de eu enterrar a receita, rasgar o mapa e queimar o caminho.
Hoje nem pronto te compro.
No máximo pego-te emprestado para depois poder devolver.
Se valer a pena, quem sabe,
venha um dia a te encomendar.
Mas isso é invenção da minha cabeça.
segunda-feira, maio 21, 2007
Invasor
viu meu rosto no espelho
e esqueceu de sorrir como eu costumava fazer.
Que péssimo intérprete de mim mesmo!
Como posso conviver com alguém assim?
Não decorou nem as falas nem as reacções,
e vive a espera que lhe dêem a próxima deixa.
Espera ser eu e não sabe nem como eu me visto
Acha que sou uma pessoa como outra qualquer,
e fácil de ser interpretado.
Engana-se se pensa que vou ajudá-lo.
Não vou nem lembrá-lo como eu sou.
Que ele viva em mim até me conhecer,
que ele descubra por si mesmo porque me abandonei
e deixei-me a deriva.
Quando ele implorar eu me aceitarei de volta.
E talvez o deixe aplaudir-me.
Homem-Bomba
Não te quero perder, mas levo-te para a multidão e corro.
Por mais que eu tente eu não te esqueço,
e isso só te devora em mim.
Sou péssimo a guardar lembranças e ótimo em inventar desilusões.
Invento milhares de vidas e nenhuma me serve.
Nem a palma da minha mão eu conheço,
muito menos o que ela deseja tocar.
Sigo tateando e tropeçando sem nunca cair,
sem nunca machucar-me
e também sem nunca realmente prosseguir.
Paro para olhar, na esperança de estar em outro planeta,
mas a gravidade é voraz.
Queria apodrecer, mas nem isso,
pois o barro que sou feito condena-me.
Meus olhos foram-me tirados no check-in,
Meu coração extraviou-se e meu destino nunca chegou a embarcar.
Espalhei-me e não me consigo juntar,
e confundo todas as partes com os mesmos erros.
Engano-me no perfeito pois de imperfeito já me basto.
O mesmo imperfeito que me esvazia e me falta.
Meu grito é mental, mas é uníssono a todo o som que escuto.
Existem milhares como eu,
mas nenhuma parte se encaixa e nem se deixa encaixar.
As tempestades só acontecem na tv,
e fazem-me sonhar.
Um dia eu ainda serei notícia.
sexta-feira, maio 18, 2007
IT USED TO BE ME
Is one more day I never try
To break the world
To make my fate
And with every day that I let go
It's one day less I never know
If it's always
Always too late..."
and all she needs is everywhere i've seen
all they need
anything i've touched
and all you need is everything i've loved
everything i've heard everything i've learned
everything i've tried everything i've held
everything i've felt everything i've lost
everything i've cried
until my whole head shrieks with grinding my teeth
struggling to find a single word i can keep
any kind of truth
any kind of hope
oh just any kind of word that doesn't make me choke
but i keep saying i will and i won't
i keep saying i do and i don't
i keep saying i feel
but there is nothing to feel
just a strange kind of nothing where it used to be me...
it used to be me
all he needs from me is everyone i've ever missed
and all she needs from me
everyone i've ever kissed
all they need from me
anything i've ever sung
yeah and all you need from me is everything i've ever said
everything i've ever done everything i've ever made
everything i've ever prayed everything i've ever believed
everything i've ever touched everything i've ever loved
everything i've ever thought everything i've ever dreamed
until my whole head screams with grinding my teeth
desperate to find a single word i can keep
any kind of faith
any kind of fix
oh just any kind of word that doesn't make me sick
and i keep saying i will but i won't
i keep saying i do but i don't
and i keep saying i feel
but there is nothing to feel
just this strange kind of nothing where it used to be me...
anything and everything
all that you need
get it for free
anything and everything
all that you need
get it from me
get it from me
get it from me
get it from me"
quinta-feira, maio 17, 2007
O mesmo eu mesmo
quarta-feira, maio 09, 2007
Shortbus
O filme conta a história de várias pessoas a procura, pois todos estão a procura. Procuram um significado para sua vida, e o filme assume, sabiamente, que tal significado passa pelo sexo, pelo excesso ou pela falta dele. Ninguém ali é solitário, mas são sexualmente incompletos, o que pode ser muito pior. Shortbus é, então, um bar onde o sexo abunda, mas não te arrasta. Não violenta, mas convida. Os personagens principais precisam chegar ao sexo, ou absterem-se dele, para que consigam completar-se. E o filme flui meio a música, a muita conversa, a muito bom astral.
Morri de inveja. Assisti ao filme todo sentindo como se eu consiguisse escrever um roteiro assim, e no entanto eu nunca tento. Quando eu criar vergonha na cara, quero escrever como o Mitchell.
segunda-feira, março 19, 2007
Cada um para o seu canto, outra vez.
Ela fechara-se em algo, há anos atrás. Poderia chamar-lhe de seu mundo, mas não podemos nomear o que não conhecemos. Ela trancara-se em seu quarto, ou na sua contínua rotina de adquirir mágoas. Seus entes mais próximos não sabiam o que dizer ou o que não dizer quando ela estava presente. Tudo era guardado, colecionado para transformar em tijolo para o seu muro. Eram eles, seu mais próximos, a causa de tal distanciamento ou apenas tentavam lidar com alguém que não se aproximava mais? Eles agiam com ela como agiam com qualquer um ou não? Quem tinha feito o que antes?
Por que ela seria diferente dos outros? Por que não teria a força de separar o que prestava do que não tinha valia nenhuma? Por que não era capaz de fabricar suas próprias defesas em vez de seus próprios refúgios?
Seu filho sempre desencadeava as reações a que ele chamava de tsunami. Chamava-os assim porque antes estava tudo calmo, e antes da grande onda que devastaria tudo, sentia as emoções se retraírem, o mar recuar, como que tomando força para se jogar sobre tudo e todos logo a seguir.
Ele convencera-se que sua mãe não se aproximava mais. Mesmo na distância de dois mundos, a força da saudade, que poderia ser a a impunsionadora do fim de todas as barreiras, era ,pelo contrário, a força para a fundação de mais um muro. Nas conversas triviais eram cortinas, e nas mais profundas eram silêncio.
E isso ele cobrava dela e ela cobrava dele. Acusavam-se um ao outro dos crimes que ambos se culpavam. A culpa bumerangue por uma deficiência não assumida.